quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Olhos de lava (2005)
Somos nós, bruxas e fadas!
Somos nós, princesas encantadas!
Que adentramos no castelo
Com nossa armadura de reluzente metal
E encontramos o príncipe adormecido
Em seus sonhos bobos de criança
Somos nós que dançamos sob as estrelas
Cantamos com o corpo a história da vida
E somos atraídas pelo mistério da madrugada
Faces rosadas, olhos de pura lava!
Pequenas indefesas
Até o momento em que explodimos
E nos tornamos feras indomáveis
E percorremos as eras
E percorremos o mundo
E nosso choro calado
Sufocado pela revolta de uma existência
Desiludidas pelas dores da vida
Com ódio daqueles que ludibriaram
Nossa confiança tão pura
Nossa alma tão ingênua
Nos transformaram em bonecas enfeitadas
Até o momento em que acordamos do pesadelo disfarçado
E vemos que o passado não passa de mentiras
E olhamos nos olhos dos infiéis que nos enganaram
Disseram que o mundo era de mel
E nós comemos fel!
As paredes do castelo caem
Quando nossos sonhos viram pó
E nossos corações desmancham em areia negra
E nós montamos os cavalos transparentes
De órbitas vazias e dorso frio
E cavalgamos em direção à vingança
E nos embebedamos de cega esperança
E nos tornamos fogo e gelo
E congelamos nosso amor
Sacrificado pelos sonhos esquecidos
E os novos criados
Pelas nossas mentes indagadoras
Somos nós, agora, as deusas da antiguidade
Encarnadas nas meninas prodígio do mundo moderno
Aquelas sem medo, que nós fomos moldadas
Aquelas que o mundo um dia reverenciará
Somos nós, pequenas e destemidas
Em nossas convicções inabaláveis
Depois de terremoto e furacão
Sem tesouros a esconder
Sem tempo a perder
Somos fogo, somos gelo!
Somos o pente que desembaraça as idéias inatas
Somos o coração partido e remendado
Somos o fruto da desilusão forçada
O resultado da experiência errada
A mistura de tudo que é proibido
O veneno derramado na terra fértil
Somos o pão fermentado com vinho tinto
A carne e o sangue
Somos as estrelas invertidas
Somos as musas do caos contido
Aquelas que, há muito tempo, perderam o juízo
Somos as filhas da eternidade continuada
A água que rega a vida perturbada
O sangue que concede a mágica
O olhar que verte chamas
A poção que faz as damas
Somos as donzelas perdidas no deserto
Incerto
Nós, antes frágeis flores no jardim
Agora rosas com espinhos e lanças
Somos as crianças da alvorada
E em nosso desejo insaciável nos perdemos
Derretemos sob o sol, nossa cruz!
E renascemos das nossas cinzas
Fênix de asas vermelhas!
No momento certo, o tiro cego
Explodimos nossa fúria de guerreiras!
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